Generalidades

A psiquiatria está encontrando seu caminho junto às crianças. Da mesma forma que a medicina geral viu a necessidade da existência de uma especialidade só para crianças e adolescentes, a psiquiatria como especialidade médica dos distúrbios mentais e do comportamento está constatando a necessidade de uma abordagem diferenciada para as crianças.

Até pouco tempo o retardo mental e o autismo eram consideradas as principais e quase únicas apresentações psiquiátricas na infância, atualmente tem se visto que vários outros transtornos compõem a psiquiatria infantil.

Nos aspecto medicamentoso o atraso científico é mais evidente. Dispomos hoje de amplo leque de opções farmacológicas para o adulto, enquanto que para a criança a maior parte destas medicações ainda não foi estudada, não estando portanto liberada para elas. Certamente as medicações não são nenhuma panacéia que tudo resolvem, mas quando é possível ter benefícios com elas, o tratamento fica simplificado.

A infância é uma época estratégica na vida de uma pessoa, pois nela se faz o aprendizado básico e a preparação para toda a vida adulta. Quando um adulto ficar oito meses deprimido pode significar um ano perdido, mas para uma criança além de significar um ano perdido ocorre também um atraso seqüencial para todos os anos escolares, o que muitas vezes deixa cicatrizes psicológicas.

Uma criança nunca pode ser avaliada isoladamente, sem seu contexto familiar. O modo positivo ou negativo como a família se relaciona repercute fortemente no comportamento infantil e menos no adolescente embora também influencie. Assim os pais têm um papel terapêutico indispensável no acompanhamento de uma criança.